Frases de Ambrose Bierce

Frases de Ambrose Bierce

Foi um crítico satírico, escritor e jornalista estadunidense, particularmente conhecido pela sua obra O Dicionário do Diabo.

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Elogio: um empréstimo que rende juros.



Destino: aquilo que autoriza os crimes do tirano e serve de desculpa para os fracassos do idiota.



O destino é uma desculpa tola para o fracasso.



A amizade é um navio suficientemente grande para levar duas pessoas com tempo bom, mas apenas uma com tempo mau.



Pedir perdão é assentar o terreno para futuras ofensas.



Reconciliação: a suspensão das hostilidades. Uma trégua armada com o objetivo de desenterrar os mortos.



As calamidades são de dois fraudes: desgraça para si mesmo e boa sorte para os outros.



A admiração é o nosso reconhecimento educado do parecido do outro com nós mesmos.



Paciência: uma forma menor de desespero, mascarada de virtude.



Amnistia é a generosidade do governo para com os condenados cujo castigo se tornaria demasiado caro.



Vaidade: homenagem de um palerma ao primeiro imbecil que aparece.



Valentia: um composto castrense de vaidade, dever e fé de jogador.



Injustiça: de todos os fardos que depositamos nos outros e que carregamos nós próprios, é o mais leve nas mãos e o mais pesado nas costas.



Ambição: um desejo irresistível de ser vilipendiado por inimigos enquanto se está vivo e ridicularizado por amigos quando se está morto.



Verdade: um engenhoso composto de desejo e aparência. A descoberta da verdade é o único objectivo da filosofia, que é a mais antiga ocupação da mente humana, com excelentes perspectivas de continuar a aumentar a sua actividade até ao fim dos tempos.



Gratidão: um sentimento que se situa a meio caminho entre um benefício recebido e um benefício esperado.



Inimigo: uma pessoa que é instigada pela sua natureza maléfica a negar os nossos méritos ou a exibir méritos superiores aos nossos.



Vencer: criar um inimigo.



Desprezo: o que um homem prudente sente por um inimigo demasiado temível para que se lhe faça frente.



Direito: autoridade legítima para ser, fazer, ou ter; como o direito a ser rei, o direito a fazer mal ao próximo, o direito a ter sarampo, entre outros.



Admiração. O nosso reconhecimento cortês de que outra pessoa se assemelha a nós.



Álcool: princípio essencial de todos os líquidos que fazem o homem ficar com um olho negro.



Dinheiro: uma benção que não nos traz vantagem excepto quando nos separamos dele.



Esperança: desejo e expectativa combinados num só.



Religião: uma filha da Esperança e do Medo, que explica à Ignorância a natureza do Desconhecido.



Presente: a parte da eternidade que assinala a divisão entre o domínio da frustração e o reino da esperança.



Expectativa: estado ou condição mental que, no cortejo das emoções humanas, é precedido pela esperança e seguido pelo desespero.



Litigante: uma pessoa que se prepara para trocar a pele pela esperança de ficar com os ossos.



Trair: retribuir a confiança depositada.



Entusiasmo: uma doença de juventude que se cura com pequenas doses de arrependimento e umas aplicações exteriores de experiência.



Oratória: uma conspiração entre o discurso e a acção para enganar a inteligência. Uma tirania atenuada pela estenografia.



Paz: na política internacional, consiste num período de vigarices entre dois períodos de conflito.



Esquecimento: um dom concedido por Deus aos devedores, para compensar o fato de serem destituídos de consciência.



Juramento: no Direito, um apelo solene à Divindade, que pesa mais na consciência por existir uma pena para o perjúrio.



Medo: consciência da depravação total do futuro próximo.



Paciência: forma menor de desespero disfarçado de virtude.



Ousadia. Uma das qualidades mais notáveis de um homem em segurança.



Tempo: o clima do momento. Um tópico de conversa permanente entre pessoas a quem isso não interessa, mas que herdaram essa tendência de antepassados que andavam nus e para os quais o assunto era de extrema importância.



Conversa: feira na qual se expõem os dotes mentais mais despiciendos, estando cada expositor tão ocupado com a arrumação dos seus bens que nem consegue dar atenção aos do colega do lado.



Lógica: a arte de pensar de acordo com as limitações e as incapacidades da falta de compreensão humana.



Recompensa: ingratidão.



Ingratidão: uma forma de amor-próprio que não é inconsistente com a prática de aceitar favores.



Coragem: admitir que se é um cobarde.



Legal: compatível com a vontade de um juiz que tem poder de jurisdição.



Inveja: emulação adaptada às capacidades mais mesquinhas.



Fugir: trocar os perigos e inconveniências de uma residência fixa pela segurança e o conforto da viagem.



O conhecimento é a pequena porção da ignorância que arrumamos e classificamos.



O saber é um género da ignorância humana que distingue o homem estudioso.



Instrução: o tipo de ignorância que distingue o estudioso.



Desgraça: o tipo de graça que nunca vem só.



As calamidades são de duas espécies: a desgraça que nos acontece e a sorte que acontece aos outros.



Linguagem: a música com a qual encantamos as serpentes que guardam os tesouros dos outros.



O egoísta é alguém desprovido de consideração pelo egoísmo dos outros.



Responsabilidade: um fardo descartável e facilmente transferido para os ombros de Deus, do Destino, da Sina, da Sorte, ou do nosso vizinho. Nos tempos da astrologia, era comum descarregá-lo para cima de uma estrela.



Fale quando estiver com raiva e fará o melhor discurso de que se arrependerá.



Funeral: um cortejo através do qual demonstramos o nosso respeito para com os mortos, enriquecendo o cangalheiro, e reforçamos a nossa dor com uma despesa que torna mais pungentes as nossas lamúrias e mais abundantes as nossas lágrimas.



A experiência é a sabedoria que nos permite considerar velha e indesejável conhecida a loucura por nós cometida em outros tempos.



Alegria: uma sensação agradável provocada pela contemplação da miséria dos outros.



Médico: um cavalheiro que prospera com doenças e morre com saúde.



A paz, em assuntos internacionais, é um período de trapaça entre dois períodos de guerra.



Paz: em questões internacionais, um período de trapaça entre dois períodos de luta.



Paixão: qualidade distintiva do amor inexperiente.



Orgulho: recusarmo-nos a pagar a conta do alfaiate porque ele nos tratou por Senhor - e não por Doutor.



Recompensa: ingratidão.



História: um relato geralmente falso de acontecimentos geralmente fúteis, contados por governantes geralmente velhacos e soldados geralmente tolos.



Absurdo: afirmação ou convicção manifestamente contrária à nossa própria opinião.



Intolerante: indivíduo que está obstinada e zelosamente vinculado a uma opinião que não partilhamos.



Oportunidade: uma ocasião favorável para agarrar uma desilusão.



Educação é aquilo que revela ao sábio, e disfarça do tolo, sua falta de entendimento.



Cortesia: pedir desculpa a um indivíduo por estar no meio do caminho e ter sido alvejado por uma bala que ele disparou para acertar noutra pessoa. A forma mais aceitável de hipocrisia.



Filosofia: um caminho com muitas estradas que vai de lugar nenhum a nada.



Ladrão: nome vulgar para um indivíduo com sucesso em obter a propriedade dos outros.



Sucesso: o único pecado imperdoável cometido contra os nossos semelhantes.



Insurreição: uma revolução que não teve sucesso. Tentativa fracassada de opositores que pretendem substituir um governo mau por outro que não sabe governar.



Perseverança: uma virtude modesta com a qual a mediocridade atinge um sucesso inglório.



Velhice: aquele período da vida no qual ajustamos os vícios que ainda temos, denegrindo aqueles que já não conseguimos satisfazer.



Ócio: uma quinta-modelo na qual o Diabo experimenta as sementes de novos pecados e cultiva os vícios de primeira necessidade.



Curiosidade: uma qualidade repreensível do espírito feminino. O desejo de saber se uma mulher sofre da maldição da curiosidade constitui uma das paixões mais insaciáveis da alma masculina.



Raciocinar é pesar as probabilidades na balança do desejo.



Dever: aquilo que nos impele inexoravelmente, através do nosso desejo, na direcção do lucro.



Promessa: isto e bons conselhos são óptimos presentes, que todos podemos comprar para oferecer a um pobrezinho.